Produtos norte-americanos como milho, trigo, arroz, motocicletas e roupas vão pagar mais caro para entrar na Europa a partir de 15 de abril. A decisão foi tomada nesta semana pela Comissão Europeia, que aprovou a aplicação de tarifas retaliatórias de 25% em resposta às medidas impostas pelos Estados Unidos no setor de metais.
O pacote afeta mercadorias avaliadas em mais de 20 bilhões de euros (aproximadamente R$ 130,5 bilhões). A iniciativa europeia mira diretamente os efeitos das tarifas adotadas por Washington sobre o aço e o alumínio, que entraram em vigor no início de março.
Quando entram em vigor as tarifas da UE?
A aplicação das novas tarifas será feita em três fases. A primeira entra em vigor em 15 de abril. A segunda, em 16 de maio. Já a etapa final, que inclui amêndoas e grãos de soja, está prevista para 1º de dezembro.
Segundo o bloco, as medidas podem ser revertidas, desde que haja acordo com a Casa Branca. “A União Europeia considera as tarifas americanas injustificadas e prejudiciais, causando prejuízos econômicos a ambos os lados, bem como à economia global. A UE declarou sua clara preferência por encontrar soluções negociadas com os EUA, que sejam equilibradas e mutuamente benéficas”, informou a Comissão Europeia, em comunicado oficial.
A aprovação foi quase unânime. Apenas a Hungria votou contra a proposta. Os demais 26 membros da União Europeia deram sinal verde para o início da retaliação. O bloco também avalia novas respostas, incluindo tarifas sobre automóveis e medidas contra tributos equivalentes de 20%.
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China também amplia ofensiva
A tensão comercial entre grandes potências não se limita ao Atlântico. Mais cedo, a China anunciou aumento de tarifas sobre produtos norte-americanos, levando as taxas de importação de 34% para 84%, em retaliação às políticas tarifárias adotadas pelo presidente Donald Trump.
A medida foi divulgada pelo Escritório da Comissão Tarifária do Conselho de Estado chinês. Desde o retorno de Trump à presidência, a relação entre os dois países tem se deteriorado. Washington iniciou a ofensiva com uma tarifa de 20% sobre itens chineses, alegando práticas desleais.
Na última semana, Trump anunciou a aplicação de tarifas recíprocas para mais de 180 países que mantêm relações comerciais com os Estados Unidos. A China, principal alvo, foi atingida com uma das alíquotas mais pesadas. Em resposta, Pequim aplicou taxa semelhante, de 34%. Insatisfeito, o governo americano subiu a cobrança para 50%, em nova rodada de retaliação.
Com isso, a carga total imposta pelos EUA sobre produtos chineses chega agora a 104%.
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